Um adolescente de 14 anos tirou sua própria vida, na segunda-feira 12, após não suportar mais sofrer bullying.
Pedro (que não teve sobrenome divulgado) era aluno do 9º ano do Colégio Bandeirantes, escola para pessoas de alto poder aquisitivo na Vila Mariana, zona sul de São Paulo.
"Pedro era um menino de 14 anos, negro, periférico e gay, que sucumbiu. Não suportou as ‘brincadeiras’ dos ‘colegas’. Nos dias de hoje, há quem diga que ‘não se pode falar mais nada’ porque, afinal de contas, ‘a vida está muito chata’, mas o que se diz pode levar pessoas embora", desabafou o tio do jovem no Linkedin, segundo o site Diário do Centro do Mundo.
"Perdemos o Pedro para o bullying, para a homofobia e, principalmente, para o descaso do colégio. A coroa de flores enviada com o clássico e-mail de pesar não tem significado para a família que enterra um jovem“, declarou.
“O Bandeirantes disse que a situação ‘aconteceu fora das dependências do colégio’, isentando-se de qualquer responsabilidade e, como sempre, ficando-se 'à disposição da família'. Agora?"
Ele questiona: "Que conduta o colégio tomará para evitar que outros Pedros nos deixem de forma tão trágica? Como um colégio de ricos, feito para ricos e por ricos aborda a situação do bullying? Pedro só queria poder dançar livremente. O que acontecerá depois da missa de sétimo dia do Pedro? Quantos outros Pedros se calarão, talvez para sempre, frente à crueldade da homofobia e do desrespeito de classes?“
Em nota, a assessoria de imprensa da escola confirmou o caso e afirmou que tudo ocorreu fora das dependências da instituição. “A direção e toda a comunidade escolar estão profundamente abaladas por essa perda irreparável. Neste momento, a prioridade do colégio é oferecer todo o apoio e assistência necessários à família do aluno e aos colegas e amigos impactados por essa tragédia."
ALERTA: Caso você esteja precisando de ajuda, não deixe de ligar para o Centro de Valorização da Vida (CVV).
O atendimento é 24 horas por dia em todos os sete dias da semana. Não há custo para a ligação.
Disque 188 ou acesse o site https://cvv.org.br/ para falar com eles por e-mail ou chat.