Um grupo do Distrito Federal produziu de forma original um calendário organizado e protagonizado por artistas drag queens.
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Organizado pelo coletivo Distrito Drag, o CalenDrag 2018 mobilizou 10 fotógrafos e 18 modelos drags e será lançado no Museu Nacional nesta terça-feira 19, com entrada gratuita.
Com um tema específico para cada mês – como luta contra a aids, consciência negra, religiosidade, orgulho LGBT, política e democracia -, a folhinha aborda questões transversais à experiência de ser drag queen no Brasil.
Todo o dinheiro arrecadado pela venda da edição será destinado à Casa Rosa, espaço que ainda será aberto em Brasília e acolherá integrantes da comunidade LGBT em situação de vulnerabilidade econômica e social.
A ideia de elaborar um calendário drag é um dos primeiros trabalhos do coletivo que pensou e executou o projeto. Formado recentemente na capital federal, o coletivo é formado por militantes e ativistas LGBT.
Para elas, o lançamento é um passo para tornar “a arte drag como peça fundamental para a construção de uma crítica à realidade brasiliense e nacional". Uma das componentes do grupo, Ruth Venceremos, explica: "O Distrito Drag surgiu no ano de 2017 e é formado por artistas de Brasília. É um espaço de auto-organização e autoformação de drag queens, para produzir e difundir a cultura LGBT a partir da arte drag. Vemos a cultura como ação política."
As integrantes do Distrito Drag pensaram cuidadosamente no local de lançamento do calendário. Diversos bares e casas noturnas se dispuseram para sediar o evento. O coletivo, entretanto, escolheu um lugar público: o Museu Nacional.
Em meio a atuação de segmentos conservadores contra exposições e performances em espaços de arte, a decisão ganha outra proporção. "O lançamento no museu tem um significado histórico e simbólico, dada à conjuntura, em que a arte tem sofrido censuras e ataques, ter uma obra de arte como o calendário protagonizada por sujeitos LGBT artista drag queen é de fundamental importância", explica Ruth.
"Estamos organizando um grande evento, com uma apresentação do calendário, apresentação do coletivo Distrito Drag, além de performances e diversas atrações da cultura LGBT, como do cantor Fiakra."