Informação equivocada dita pela desembargadora Maria Berenice Dias fez o número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo saltar no Brasil.
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Em outubro de 2018, às vésperas da eleição à presidência da República e com chances reais de Jair Bolsonaro se eleger, a presidente da Comissão da Diversidade da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) causou alarmismo ao aventar a hipótese de o conservador, assim que empossado, em 1º de janeiro, pudesse proibir essas uniões.
A OAB desautorizou a fala dela por não representaro coletivo e muitos juristas explicaram que o chefe do Poder Executivo não tem poder de anular decisão do Poder Judiciário. Portanto, a informação não tinha base real.
Não adiantou! A fake news tomou conta das redes sociais e teve efeito. Números divulgados pelo IBGE, na quarta-feira 4, apontam que os casamentos homossexuais subiram de 674 em outubro para 3.098 em dezembro - um aumento de 360%.
Muitas pessoas se mobilizaram e até fizeram mutirões e ofereceram serviços gratuitos para que os casamentos se realizassem.
Segundo a Folha de S.Paulo, somados, os enlaces realizados em novembro e dezembro do ano passado (4.055) representam 69% de todas as uniões que se deram em 2017.
Ao todo, foram realizados 9.520 casamentos gays e lésbicos em 2018 (61% a mais que em 2017, que havia totalizado 5.887 uniões). O período anterior - de 2016 para 2017 - teve aumento de apenas 10%.
Do total das uniões homossexuais de 2018, as mulheres se casaram mais - foram 5.562 casamentos lésbicos (um terço deles só em dezembro). Considerando também as uniões heterossexuais, foram realizados 1.053.467 casamentos no País