Um montanhista gay quirguiz levou a bandeira do orgulho LGBT para o ponto mais alto da Europa Ocidental e segundo maior do continente: o Mont Blanc, na divisa da França com a Itália.
O feito, realizado em 21 de setembro, por Dastan Kasmamytov, faz parte da campanha lançada por ele e outros amigos gays e montanhistas: o Pink Summit (ou cume/topo cor-de-rosa, em português).
O objetivo é que os alpinistas carreguem uma bandeira arco-íris nas subidas das mais altas montanhas pelo mundo, incluindo o Everest.
A ação não se resume à flâmula: eles documentam sua jornada em vídeo e arrecadam fundos para entidades LGBT locais.
Na primeira escalada do grupo, houve uma adversidade. Era agosto de 2018 e eles subiriam a montanha mais alta da Europa, o Monte Elbrus, na Rússia.
Ao cruzar a fronteira entre Geórgia e Rússia, Dastan e seus amigos foram parados e interrogados.
"Tenho certeza de que pesquisaram meu sobrenome com antecedência e estavam fazendo perguntas muito pessoais", contou ao GayCities.
"Eles também faziam piadas homofóbicas e sexistas. Eu tive que deletar todo o conteúdo gay do meu celular, com medo que eles o checassem."
Nascido no Quirguistão, país conservador na Ásia Central, Dastan sofreu por ser homossexual e encontrou no alpinismo liberdade e possibilidade de ter paz.
Ele diz que os pais o levaram a inúmeras tentativas de "cura gay", de benzedeiros a líderes religiosos.
Ao sair do armário, durante uma conferência de imprensa da entidade Human Rights Watch sobre a violência contra gays e bissexuais no seu país, ele recebeu ameaças de morte e precisou se mudar.
Dastan pedalou uma distãncia de cerca de 5.600 quilômetros entre o Quirguistão e Berlim, na Alemanha. Continuou seus estudos entre a capital alemã e a Noruega.
Foi durante esta jornada em cima da bicicleta que ele refletiu e criou o Pink Summit.
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