No Vale não tem só amor: 5 tretas entre LGBT em 2018

Houve choque de monstros na cultura, sobre religião e, como não poderia deixar de ser, na política

Publicado em 31/12/2018

5 polêmicas na comunidade LGBT em 2018

Sim, o vale é lindo, é colorido, tem banheirão, muitos shows de drag queens e tours de divas gays, mas não é céu! Há treta sim!

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E 2018 foi prova disso. Uma prova bem eclética! Houve choque de monstros na cultura, religião e, que surpresa, na política!

Relembre 5 momentos que não teve nada de ninguém não larga a mão de ninguém! Foi guerra de glitter! Pegue sua pipoca!

Gisberta e Luís Lobianco

5 polêmicas entre LGBT em 2018: Luís Lobianco e a peça Gisberta

Após temporada de sucesso no Rio de Janeiro, Lobianco não teve recepção calorosa em BH, em janeiro, com a peça Gisberta. O movimento trans achou uma afronta um espetáculo que falava de uma pessoa trans sem uma trans no palco.

O ator não interpretava a transexual, apenas contava sua história, que, aliás, era desconhecida da grande maioria dos brasileiros até ele ter a ideia de produzir a peça ao ouvir a canção Balada para Gisberta, gravada por Maria Bethânia.

O caso dividiu opiniões entre a comunidade e foi o estopim no País para que se discutisse se apenas trans devem interpretar trans em peças, filmes e novelas.

LGBT pró-Bolsonaro

5 polêmicas entre LGBT em 2018: Agustin Fernandez e o apoio a Jair Bolsonaro

Com histórico de declarações homofóbicas no currículo, o presidente eleito Jair Bolsonaro ganhou o repúdio da maioria da comunidade LGBT durante todo o processo eleitoral. Mas maioria não significa todo mundo.

Antes do primeiro turno, o proprietário da sauna e hotel gay de São Paulo 269 Chilli Pepper, Douglas Drumond, causou comoção nas redes ao dizer que se os dois finalistas fossem Bolsonaro e Fernando Haddad (PT), como de fato foram, ele preferiria o primeiro.

Ainda mais longe foram os maquiadores Agustin Fernandez (foto acima) e Lili Ferraz e o cantor Netinho que foram ao Rio de Janeiro para fazer fotos e gravar vídeos ao lado de Bolsonaro.

Eles não estavam sozinhos. Pesquisa do Datafolha, antes do segundo turno, apontou que 29% de LGBT iriam votar no militar.

RuPaul e as drags trans

5 polêmicas entre LGBT em 2018: RuPaul e as drags trans

Drag queen mais famosa do mundo, RuPaul explicou porque a arte drag deve ser feita apenas por homens. Para ela, perde-se o sentido de perigo e de ironia se não for um homem fazendo drag.

A parte mais polêmica, entretanto, foi quando a artista disse que provavelmente não aceitaria em seu reality uma participante que tivesse passado pela transição de gênero, ou seja, uma transexual.

O barulho foi grande e choveram críticas à sua declaração. RuPaul, então, pediu desculpas e disse que as trans são heroínas.

O "ex-gay" Mateus Carrilho

5 polêmicas entre LGBT em 2018: Mateus Carrilho, o 'ex-gay'

Vários gays ou bissexuais têm se assumido afirmando que detestam rótulos e que gostam de "pessoas". Alguns, que já eram assumidos, fazem uma espécie de "segundo outing" para esclarecer seu novo status.

Ex-vocalista da Banda Uó, Carrilho disse a um seguidor que já se considerou gay, que se "desconstruiu" e que somos "mais que uma coisa só".

Tanto bi como homossexuais sentiram-se agredidos com a afirmação do cantor. Afinal, por que não dar nome aos bois e dizer que e, já que sente atração por homens e mulheres, dizer que é bissexual e ajudar a dar visibilidade à comunidade bi?

Ao mesmo tempo, afirmar que se "descontruiu" e que hoje gosta de também de mulheres não é nada muito diferente dos discursos de evangélicos intolerantes que pregam a "cura gay". Se todos pudéssemos nos "desconstuir", poderíamos "virar" héteros e ter famílias de comercial de margarina como prega a sociedade conservadora, não?

Johnny Hooker e o 'Jesus travesti'

5 polêmicas entre LGBT em 2018: Johnny Hooker e o 'Jesus travesti'

No Festival de Inverno de Garanhuns, em Pernambuco, o cantor se pronunciou contra o veto ao espetáculo O Evangelho Segundo Jesus Cristo, que retrata Cristo como uma travesti.

Durante seu show no evento, Hooker protestou gritando frases como "estou aqui hoje para dizer que Jesus é travesti, sim" e "Jesus é bicha, sim, porra", além de pedir que a plateia gritasse em coro "Jesus é travesti".

O protesto não foi bem aceito por muitos héteros nem por LGBT, que viram nas falas desrespeito e provocação desnecessária. Menos de um mês depois, o cantor recebeu ameaças de morte e teve sua participação na parada LGBT de Teresina cancelada. A marcha precisou ser adiada em uma semana para que se colocasse Pabllo Vittar no lugar de Hooker.


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