A Hungria é, hoje, um dos países europeus em que direitos LGBT estão mais ameaçados. Portanto, é com surpresa que se recebe notícias de agências internacionais de que o veto a doação de sangue por gays e bissexuais não mais existe.
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O Serviço Nacional de Transfusão de Sangue publicou em abril que "qualquer discriminação baseada no sexo dos participantes na avaliação de relações sexuais que são arriscadas para transmissão está eliminada".
O órgão dá a entender que a nova política foi implantada desde 1º de janeiro. Isso significa que a medida não deve ter sido tomada por causa da pandemia do novo coronavírus.
Devido à quarentena, a quantidade de sangue nos hemocentros em todo o mundo despencou. Muitos países, então, como Estados Unidos e Austrália, diminuíram o tempo de celibato de gays e bissexuais para que seu sangue fosse aceito.
Esse celibato ainda vigora no Brasil e está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Por aqui, gays e bissexuais podem doar sangue se estiverem há 12 meses sem transar com um homem. Nos Estados Unidos, o período diminuiu para três meses.
Há duas semanas, a Hungria foi pela alta comissária da Organição das Nações Unidas (ONU). Michelle Bachelet apontou que a pandemia da covid-19 não pode ser usada para segregar a população LGBT.
Ela lembrou que legisladores húngaros estão tentando aprovar lei que impede transgêneros de mudarem nome e gênero em registros civis.
Em março, o presidente Viktor Orbán aumentou seus poderes, passando a governar por decreto, sob alegação de crise por causa da pandemia.
Em seu regime, a homofobia e a transfobia aumentaram por lá. O país se retirou, por exemplo, do Eurovision, maior concurso musical do mundo, afirmando que a disputa promove valores LGBT.