O domingo 14 foi de muito arco-íris, música animada e indignação contra o presidente da República.
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A 22ª Parada do Orgulho LGBTS de Brasília teve tudo isso em tom de homenagem aos 50 anos da Revolta de Stonewall e aos 40 anos da criação do grupo gay Beijo Livre, o primeiro do DF. Os dois aniversários foram tema do festival.
O resultado foi recorde: 160 mil pessoas na caminhada, de acordo com a organização.
Às 14h, os seis trios da caminhada já estavam em frente ao Congresso Nacional. O agito começou com apresentação de grupos de dança e artistas locais no trio da organização do Brasília Orgulho, festival que inclui a parada, debate, disputa esportiva e evento cultural, dentre outras atividades.
Por volta das 15h30, foram iniciadas as falas de ativistas e representantes políticos. A deputada federal Erika Kokay (PT/DF), coordenadores das paradas de Ceilândia e Santa Maria, representante da entidade Anavtrans e o deputado distrital e gay assumido Fábio Felix (Psol), dentre outras pessoas, discursaram.
Um dos momentos mais marcantes foi leitura de carta de Romário Schettino, um dos fundadores do coletivo Beijo Livre, na qual disse que é muito bom ver o que fizeram há cerca de quatro décadas e que hoje muitos direitos foram conquistados.
Houve tanto comemoração por essa ser a primeira parada após a criminalização da discrimnação contra LGBT, maior demanda do movimento arco-íris, quanto críticas às ações e falas contra LGBT do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Houve gritos tais como "Fora, Bozo", "Ele não", e até o homofóbico "Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*". A organização da parada, após repetir a frase, voltou atrás e disse que "tomar no c* é bom demais para desejar isso a Bolsonaro. Ele não merece".
O fato de a parada ter começado a caminhar, pela primeira vez nos últimos anos, antes da 17h foi grande diferencial. Boa parte da marcha foi realizada sob a luz do sol. Ainda era dia quando a parada chegou à Rodoviária do Plano Piloto.
Sob o sol, tudo ficou mais colorido e o clima de confraternização reforçado.
O pedido da organização para que o público fosse ao evento usando arco-íris parece ter surtido efeito. Era nítido como mais pessoas foram com as cores do orgulho.
Desfilaram o trio Brasília Orgulho/Skol Puro Malte/Victoria Haus, Uber, ONG Judih, Alegria/Pool do Toy, La Fiesta/Rainbow Gastro Bar e festa Rebu.
Dentre as novidades estiveram shows ao vivo no trio da organização durante o percurso. Pedro Quevedo e Bidu cantaram.
A mudança de trajeto foi outro ponto positivo. Ao contrário dos anos mais recentes, a parada não seguiu até o Palácio do Buriti, mas, a partir da Torre de TV, foi para a S1 até o Museu da República. Trajeto menor, mas ideal. O término ocorreu por volta das 22h.