22ª parada de Brasília reúne 160 mil e vira ato anti-Bolsonaro

Evento lembrou os 50 anos da Revolta de Stonewall e os 40 anos do grupo gay Beijo Livre

Publicado em 15/07/2019
22 parada do orgulho LGBTS de Brasília 2019
Fato de ter começado caminhada mais cedo foi positivo. Fotos:@henriquemfernandes / Brasilia Orgulho 

O domingo 14 foi de muito arco-íris, música animada e indignação contra o presidente da República. 

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A 22ª Parada do Orgulho LGBTS de Brasília teve tudo isso em tom de homenagem aos 50 anos da Revolta de Stonewall e aos 40 anos da criação do grupo gay Beijo Livre, o primeiro do DF. Os dois aniversários foram tema do festival.

O resultado foi recorde: 160 mil pessoas na caminhada, de acordo com a organização. 

Às 14h, os seis trios da caminhada já estavam em frente ao Congresso Nacional. O agito começou com apresentação de grupos de dança e artistas locais no trio da organização do Brasília Orgulho, festival que inclui a parada, debate, disputa esportiva e evento cultural, dentre outras atividades. 

Por volta das 15h30, foram iniciadas as falas de ativistas e representantes políticos. A deputada federal Erika Kokay (PT/DF), coordenadores das paradas de Ceilândia e Santa Maria, representante da entidade Anavtrans e o deputado distrital e gay assumido Fábio Felix (Psol), dentre outras pessoas, discursaram. 

22 parada do orgulho lgbts de brasília 2019 e
Chamada da organização para que pessoa fossem de arco-íris surtiu efeito

Um dos momentos mais marcantes foi leitura de carta de Romário Schettino, um dos fundadores do coletivo Beijo Livre, na qual disse que é muito bom ver o que fizeram há cerca de quatro décadas e que hoje muitos direitos foram conquistados. 

Houve tanto comemoração por essa ser a primeira parada após a criminalização da discrimnação contra LGBT, maior demanda do movimento arco-íris, quanto críticas às ações e falas contra LGBT do presidente Jair Bolsonaro (PSL). 

Houve gritos tais como "Fora, Bozo", "Ele não", e até o homofóbico "Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*". A organização da parada, após repetir a frase, voltou atrás e disse que "tomar no c* é bom demais para desejar isso a Bolsonaro. Ele não merece". 

O fato de a parada ter começado a caminhar, pela primeira vez nos últimos anos, antes da 17h foi grande diferencial. Boa parte da marcha foi realizada sob a luz do sol. Ainda era dia quando a parada chegou à Rodoviária do Plano Piloto. 

Sob o sol, tudo ficou mais colorido e o clima de confraternização reforçado. 

O pedido da organização para que o público fosse ao evento usando arco-íris parece ter surtido efeito. Era nítido como mais pessoas foram com as cores do orgulho. 

Desfilaram o trio Brasília Orgulho/Skol Puro Malte/Victoria Haus, Uber, ONG Judih, Alegria/Pool do Toy, La Fiesta/Rainbow Gastro Bar e festa Rebu. 

Dentre as novidades estiveram shows ao vivo no trio da organização durante o percurso. Pedro Quevedo e Bidu cantaram. 

A mudança de trajeto foi outro ponto positivo. Ao contrário dos anos mais recentes, a parada não seguiu até o Palácio do Buriti, mas, a partir da Torre de TV, foi para a S1 até o Museu da República. Trajeto menor, mas ideal. O término ocorreu por volta das 22h. 

parada do orgulho lgbt de Brasília

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