Um estudante de filosofia da Universidade Federal do Ceará é acusado de estupro, agressão e estelionato, dentre outros crimes. Homens seguidores da seita liderada pelo guru afirmam que havia obrigatoriedade de 10 sessões de sexo com ele, que afirmaria ter pênis mágico.
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Pedro Ícaro de Medeiros, conhecido como Ikky, se apresenta como mestre espiritual e oferece cursos sem validação para formar terapeutas, de acordo com o Fantástico, que apresentou reportagem de 10 minutos sobre ele, no domingo 19.
Segundo testemunhas ouvidas pelo programa da TV Globo, Ikky prometia curar traumas de infância e sexuais utilizando-se de sexo e rituais de iniciação violentos.
"Ele dizia muitas vezes que o pinto dele era mágico", relatou uma das vítimas. "Eu estava chorando, eu estava sangrando, eu esperava dele um pouco de humanidade, o que ele fez neste momento foi tirar minha blusa e colocar minha blusa na minha boca pra que eu parasse de chorar e ele pudesse continuar", diz outro homem.
A comunidade, chamada Afago, que ministra cursos e é envolvida com projetos sociais, chegou a reunir 200 pessoas. Não há sede fixa. Integrantes se encontravam em praças ou parques e dali iam para o apartamento de Ikky ou de outros membros do grupo, em Fortaleza.
O "guru" queimava a nuca dos integrantes "rebeldes" com pedra quente e induzia sessões de tapas no rosto dentre as pessoas, relatam as vítimas.
Dos "seguidores" aceitos para integrar um círculo mais restrito da tal comunidade era exigido sangue da menstruação das mulheres, e dos homens, 10 sessões de sexo com o "guru".
"Era péssimo. O esperma dele continua o caráter dele e se a gente era discípulo dele, a gente tinha que se parecer com ele e tal, e realmente ele era referência pra gente naquele momento", diz um ex-seguidor.
"Ele sempre preferiu os homens héteros, acho que pelo hétero não ter a disposição de falar que teve relação com homem, ele dava preferência a esse sexo", falou outra ex-seguidora.
A jurista Thayná Silveira reuniu cerca de 40 denúncias contra Ikky e as levou ao Ministério Público, que solicitou à Polícia Civil do Ceará abertura de inquérito.
Por telefone, à reportagem, o "guru" alegou que as vítimas foram "racistas". "Não me chamaram só de mago negro, de magia negra. Eles usaram realmente o termo 'fascista'."
"Houveram (sic) crimes em relação a isso, em relação a eu ser homem, a eu ser negro e a eu ser gay", afirma.
Ikky diz que no início do ano fez boletim de ocorrência alegando calúnia e difamação contra pessoas que deixaram a comunidade.
"Tive relações sexuais com alguns dos rapazes, mas assim, as relações que eu tive foram consensuais e abertas."