Pessoas LGBT idosas são tema do festival LGBT Brasília Orgulho

Iniciativa inédita no País pretende mostrar que vida não acaba após os 60 anos

Publicado em 22/07/2024
Idosos são tema da parada LGBTS de Brasília 2024
Imagens de LGBT idosos podem ser vistas na Estação Central do metrô

A chamada "terceira idade" ou "melhor idade" é a protagonista da edição 2024 do festival Brasília Orgulho.

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O evento, que inclui a Parada do Orgulho LGBTS de Brasília, também abarca áreas como cinema e fotografia.

O tema deste ano, "60 + Orgulho. Terceira idade LGBT: visibilidade, inclusão e políticas públicas", é inédito nas paradas LGBT do País.

A decisão veio tanto da importância de enxergar e incluir esse segmento quanto de desconstruir a ideia comum dentre jovens de que chegar à terceira idade seja algo amedrontador e anulador de relações amorosas, sonhos e realizações em diversos âmbitos.

A proposta, inclusive com o slogan do festival, é mostrar que depois dos 60 anos de idade há mais, inclusive orgulho de ser LGBT.

O festival, realizado de 13 a 28 de julho, tem várias atividades que tratam do tema. Uma delas trata-se de vídeos gravados com pessoas idosas LGBT do Distrito Federal veiculados pelo Instagram do Brasília Orgulho.

A proposta é dar voz a pessoas do segmento pra que mostrem tanto como foram suas vidas como LGBT em tempos de ainda mais estigmas e preconceito quanto como vivem a terceira idade.

Outra iniciativa é a Mundo Íris, exposição de fotos do festival. Sob curadoria do jornalista e e um dos coordenadores do Brasília Orgulho Welton Trindade e da fotógrafa Mariana Guedes, foram selecionadas sete imagens. O público pode conferir as obras na estação Central do Metrô, que apoia o evento.

Na sexta 27, será realizado o Seis Cores, debate ativista do festival. Das 15h às 17h, no Sesi Lab, na área central de Brasília, estudiosos, representantes do Poder Público e operadores de Direito tratarão da relação da terceira idade com a diversidade de orientação sexual e identidade de gênero e a realidade de pessoas LGBT idosas em vários aspectos.

O cinema também fará o papel de mostrar como foi a trajetória de quem hoje possui mais de 60 anos de idade. Na segunda 22, no Cine Brasília, será lançado o documentário "Um salto alto. A história da arte transformista do Distrito Federal", da drag queen e jornalista Lushonda. Na ocasião, será homenageado o dono da primeira boate gay de Brasília, Oswaldo Gessner. Sob ditadura militar e na nascente capital federal, nos anos 1970 e 1980 ele abriu as portas da Aquarius.

Na sexta 27, no Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul), às 17h, será feita exibição especial do documentário Dzi Croquettes, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez.

O grupo de teatro e dança brasileiro, atuou de 1972 a 1976 e era formado por 13 homens. Por meio de sua arte, além de outras questões, tabus sobre gênero e homossexualidade eram desafiados.

O grafismo do festival Brasília Orgulho tem estética dos anos 1960 e 1970. Há inspiração no festival Woodstock (1969) e no Flower Power, vindo da luta dos hippies em prol da não-violência e do repúdio à Guerra do Vietnã (1959 a 1975). As pessoas idosas atuais hoje viveram essa época. Portanto, a criação artística tem potencial de despertar memórias nelas.


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