Sikêra Jr. perde patrocínio por xingar LGBT de 'raça desgraçada'

Empresas tais como MRV, HapVida e Tim romperam contrato com programa do apresentador

Publicado em 29/06/2021
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Depois de perda de publicidade, apresentador pediu desculpas, mas disse que continuará a defender inocência infantil

Sikêra Jr. já vê efeitos de discurso homofóbico proferido na semana passada. E são muito negativos para o bolso dele! Além de contratos publicitários perdidos, já pedido de indenização de R$ 10 milhões.

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Quatro anunciantes romperam com os programas Alerta Nacional e o Alerta Amazônia que ele apresenta e uma grande rede bloqueou sua marca aos vídeos do programa. Sikêra chegou a chamar LGBT de "raça desgraçada" ao criticar propaganda com crianças da Burger King contra o preconceito.

A construtora MRV, do empresário Rubens Menin, também dono da CNN Brasil, fazia regularmente anúncios na atração de Sikêra.

Na segunda-feira, a empresa divulgou que não fará mais publicidade no programa veiculado pela TV A Crítica, do Amazonas, e RedeTV!, em várias partes do País.

"A MRV acredita na diversidade e não compactua com qualquer forma de preconceito. O programa Alerta Amazônia/Nacional já não faz mais parte dos nossos planos de mídia", disse a empresa em comunicado, segundo o Notícias da TV.

Outra marca que anunciou fim da parceria foi a Tim. "Desde a semana passada, realizamos a suspensão da veiculação, que é automática pela plataforma de anúncio, nesse canal. Reforçamos que a Tim mão está ligada a movimentos, nem compactua com disseminação de notícias falsas e discursos de ódio", afirmou.

HapVida, companhia de plano de saúde no Norte e Nordeste do País também deixou a atração.

A empresa divulgou: "Não apoiamos forma alguma de preconceito, seja social, de credo, raça, gênero ou orientação sexual. No momento, suspendemos o patrocínio do Alerta Amazonas. Estamos sempre trabalhando por uma sociedade mais saudável."

Já o Magazine Luiza informou que bloqueou no Youtube veiculação automática de anúncios que a plataforma colocava em vídeos do Alerta Nacional.

"O Magalu é contra qualquer forma de LGBTfobia e nunca admitiremos isso. Não patrocinamos o programa, mas havia anúncios sendo exibidos de forma automática pelo YouTube no canal. Eles já foram bloqueados e não serão mais exibidos."

Nesta terça-feira 29, a Sorridents, que fazia entradas diárias no programa e pagava o salário de R$ 60 mil do jornalista se juntou ao grupo de boicote.

"A Sorridents, uma empresa que nasceu com o propósito de cuidar das pessoas e dos sorrisos dos brasileiros sem nenhum tipo de distinção, vem a público esclarecer que rompeu o contrato com o Programa Alerta Amazonas/Nacional e o apresentador Sikêra Jr. por conta das últimas citações do apresentador que ferem diretamente as convicções da marca, que é feita de gente que cuida de gente e que preza a todo momento pela igualdade e diversidade em todas as situações."

Desde segunda, o grupo Sleeping Giants iniciou intensa campanha para que as marcas se desligassem do programa.

A fala de Sikêra, na sexta 25, foi motivada por campanha do Burger King, na Semana do Orgulho LGBT, que mostrou crianças convivendo com pais homossexuais e falando com naturalidade sobre gays, lésbicas e transexuais.

"A criançada está sendo usada. Um povo lacrador que não convence mais os adultos e agora vão usar as crianças. É uma lição de comunismo: vamos atacar a base, a base familiar, é isso que eles querem. Nós não vamos deixar", afirmou.

"Vocês são nojentos. A gente está calado, engolindo essa raça desgraçada, mas vai chegar um momento que vamos ter que fazer um barulho maior. Deixa a criança crescer, brincar, descobrir por ela mesma. O comercial é podre, nojento. Isso não é conversa para criança."

O caso pode não terminar apenas na seara das relações comerciais. 

O Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul entrou com ação civil pública contra o apresentador e a RedeTV! com pedido de indenização de R$ 10 milhões. 

A entidade ativista Aliança Nacional LGBTI+ entrou na Justiça contra Sikêra. 

Na terça 29, ele pediu desculpas. Diz ter se excedido, mas que continuará a defender a inocência das crianças e a família tradicional. 


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