O médico Drauzio Varella e a TV Globo foram condenados a indenizar o pai do menino morto pela detenta Suzi Oliveira, que é trans.
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A juíza Regina de Oliveira Marques, do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou pagamento de R$ 150 mil ao homem.
O caso repercutiu bastante em março de 2020. Em reportagem em penitenciária, no Fantástico, Drauzio abraçou a detenta, após ela dizer que não recebia visita há oito anos.
Telespectadores se comoveram com a cena e muitos enviaram cartas a Suzi prestando-lhe apoio moral. O fato dela ser transexual despertou ainda mais comiseração no público.
A última fala de Drauzio a ela ("Solidão, né, minha filha?") virou meme na internet.
Uma semana depois, no entanto, descobriu-se que Suzi cumpria pena por ter estuprado e matado um menino de oito anos, vizinho seu, na capital paulista.
O médico, então, gravou vídeo se desculpando com a família do menino e com o público.
Na ação, o pai do garoto afirma que após a transmissão da matéria, Suzi recebeu "piedade social" enquanto ele sofreu novo abalo psicológico por ter revivido o episódio.
Segundo o Metrópoles, a juíza entendeu que a reportagem foi negligente ao não ter tido o "discernimento de procurar conhecer os crimes cometidos por seus entrevistados", e que o conteúdo causou "desassossego do autor e situação aflitiva com implicação psíquica".
"Qualquer expectador foi induzido erroneamente a acreditar que os entrevistados seriam meras vítimas sociais, devendo ser ressaltado que, mesmo se tratando os entrevistados de autores de crimes contra o patrimônio e sua sexualidade, não implicaria em serem assim tratados, já que perniciosos à sociedade como um todo."
Ainda cabe recurso.