Pesquisa nos Estados Unidos mostrou que quanto mais jovens, mais gays, lésbicas e bissexuais tentaram suicídio em relação a gerações com mais idade.
O estudo dividiu as pessoas entrevistadas em três grupos etários: a geração "Orgulho" - que engloba quem nasceu entre 1956 e 1963 -, a "Visibilidade" - com pessoas nascidas entre 1974 e 1981 -, e a geração chamada na pesquisa de "Igualdade" - com nascimento entre 1990 e 1997.
Foi descoberto que a geração mais jovem - a "Igualdade" - é a que teve mais propensão ao suicídio. Como a pesquisa foi realizada entre 2016 e 2017, esse público tinha, à época, entre 19 e 27 anos. Cerca de 30% deles já haviam tentado tirar a própria vida ao menos uma vez.
O número cai para 24% em relação à geração "Visibilidade" e 21% para o grupo "Orgulho".
"Nós esperávamos que fosse melhor para o grupo mais jovem", disse o principal autor do estudo, Ilan H. Meyer. A realização é do prestigiado Williams Institute, da Universidade da Califórnia (UCLA).
"Mas, ao mesmo tempo, sabíamos que dados de outros estudos mostraram que os jovens LGB se saem muito pior do que os jovens heterossexuais - e não é muito melhor agora do que antes."
Membros da geração mais nova, a "Igualdade", relataram ter se assumido para a família com, em média, 16 anos, em comparação com 22 anos da geração "Visibilidade" e 26 da "Orgulho".
É apontado que esse fato pode colocá-los em situação de vulnerabilidade, já que na adolescência as pessoas dependem mais da família tanto para apoio emocional quanto financeiro.
Foram entrevistadas 1.518 gays, lésbicas e bissexuais.
A pesquisa, publicada pela revista Plos One, em março, também detectou que as pessoas mais jovens estão experimentanto níveis mais altos de vitimização, sofrimento psicológico e homofobia internalizada do que as gerações anteriores.